domingo, 18 de julho de 2010

Meu monstro...

Ah você voltou? Como eu te odeio Mostro! Por um tempo esqueci de sua existência, estava tão bom sem você. Tão bom ignorar sua presença, a dor que provoca, o vazio, o desespero, a revolta...
Havia me esquecido do quanto você é sombrio, do quanto me tira da realidade, do quando me devora e me fere, de como tudo fica sem sentido com você por perto...
Já não bastavam tantos medos? Precisava aparecer? Para me falar de fraqueza, de inferioridade, de humilhações? Para me lembrar da realidade? Para me arremessar num mundo injusto? Onde existem dois pesos e duas medidas? Onde as pessoas são taxadas e padronizadas como em uma fábrica com produção em série? Precisava me lembrar que não vale a pena? Precisava me trazer a tona a sensação de remar contra a maré? De que é inútil? De que só irá piorar?

Eu estava bem sem você...

Não suporto a sensação de nada fazer, me lembro... "ou você muda ou você aceita", meu Deus eu não posso aceitar, mas também não posso mudar... o que faço então?
Foi só uma frase, só uma frase... E já me aparece você? Com unhas e dentes, garras, olhar acusativo... Não consigo fugir, sua força me consome, a força da realidade que você me mostra me suga, esvazia, esgota... Eu não quero ver, prefiro ser cega, para que pensar? Me questionar? A realidade esta ali e eu não quero ver, me dói ver, me mata ver...
O que fazer para que você vá embora? Para que eu possa dormir? Para que essa muralha que desabou sobre mim seja removida? Como mandar você de volta? Como esquecer sua existência?
Olho para todos os lados e ali está você, por traz de tudo... Das coisas, das pessoas, dos comerciais, dos filmes... Ali está você, que rosna para mim, mostra os dentes e que ao me ver em pânico sorri!
Como queria me livrar de você, superar você, mas não sei o que fazer...
Acabar com tudo? É, hoje me parece a decisão mais inteligente, mas tento chegar até amanhã, quem sabe seja melhor, quem sabe você se ocupe de outro alguém e me deixe respirar.
Hoje estou de alma esmagada, espírito enjaulado, a derrota esta ali estampada... mas eu não quero olhar, eu não posso olhar...
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