sábado, 18 de julho de 2009

Lendo: Ensaio sobre a Cegueira...

Primeiro livro que estou lendo do autor, fantástico. É o que tenho a dizer, estou na metade e já maravilhada com cada linha.
Um romance sem nomes, sem data, sem época, afinal importa?
Uma cegueira misteriosa se alastra de forma muito rápida e... desenrola-se o enredo.... interessante, será que todos nós já fomos afetados por essa cegueira branca? Será que eu não ando vendo nada? Vejo o que faço ao outro? Vejo minha parcela de culpa nesse caos todo? Cumpro rigorosamente as leis? "Eu estou cego, eu estou cego!" Grita a nova vítima do livro atingida pela doença, mas será que eu gritei quando chegou a minha vez? Será que mesmo nessa condição continuo com aquela visão branca, notei que me tornei cega? O que causou essa cegueira? A mídia? O capitalismo? O egoísmo? Tudo isso junto? Ou nada disso?!?!
Como o livro apresenta, em uma situação complicadíssima notam-se desentendimentos entre os vitimados, brigas, até uma criminalidade entre os cegos. E isso é ficção? Será que não somos nós tais cegos? Cegos pelo tédio? Cegos pelo medo? Cegos pelo pensamento de "eu não posso fazer nada mesmo"?
Será que nos comportaríamos bem em situação semelhante? Ou iríamos repetir o comportamento dos personagens que não tem nomes...
Teria algum deles o meu nome? Não sei... talvez...

Estou pensando... o que tem me cegado ultimamente? O que tirou de mim a imagem do outro? E até a minha mesma... será que eu me vejo ao olhar no espelho? Ou vejo somente um 'mar de leite'? A luz, vazia, oca...
Será que esta cegueira anda me impedindo de ver as belezas que me cercam? Esses dias notei que na árvore em frente a meu prédio há um nicho de pássaros... tão lindo... E pensei... quantos eu não vi? Mas porque não vi? Estava eu cega? ................. E eu achando que era o transito? Ou aquela reunião que foi até mais tarde? Seria a cegueira branca?
O primeiro cego não o ficou ao fitar o sinal vermelho? Quantos sinais vermelho fico olhando, impacientemente... ... ... ... até ficar cega???


Ando tentando abrir os olhos, olhar e ver, ver o que há de bom ao meu redor, ver o que passava despercebido em meio a correria do dia, aos horários apertados...
Um pássaro na árvore...
Um peludo passeando...
Uma flor nascendo no canteiro central da avenida...
Um bebê sorrindo...
Um bom livro...
Um bom filme...
Ou simplesmente fazendo 'nada', olhando para o teto e pensando em mim, me conhecendo.. me VENDO!

Não quero ser cega! Não mesmo!

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